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IPA e Secult promoverão evento gastronômico com plantas nativas

Por Evandro Lira

SUGESTÃO DE FONTE: FRANCIS LACERDA 9 9633 4303 COORD ECOLUME/IPA

O chefe Timóteo Domingos, da ONG Gastrotinga, que já desenvolveu mil pratos à base de plantas do Nordeste, será um dos palestrantes do evento Comer Caatinga é Panc – Plantas Alimentícias Não Convencionais

A rede nacional de pesquisadores (Ecolume) que defende plantar água, comer plantas nativas da Caatinga e irrigá-las com o sol, liderada pela climatologista Francis Lacerda, do Laboratório de Mudanças Climáticas do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), acaba de firmar parceria com Ana Frazão, gestora do setor de Gastronomia da Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE). Juntas, após o 2º turno das eleições, realizarão o 1º evento pedagógico sobre cardápios com plantas da região. Na programação, serão destacadas as Plantas Alimentícias Não Convencionais (Pancs). O chef nordestino Timóteo Domingos, da ONG Gastrotinga, será um dos palestrantes parceiros. Ele desenvolveu mil receitas com técnicas onde insere a vegetação do Bioma Caatinga na alimentação humana.

“No âmbito da gastronomia e culinária, os modos de viver, produzir e comer, da forma mais simples à mais sofisticada, constitui aspectos culturalmente relevantes e da identidade cultural de diferentes grupos sociais. Nesse ambiente, facilitando e aprimorando o diálogo entre a natureza, cultura e a ciência, será possível conjugar o desenvolvimento sustentável, tradições e inovação, gerando novos desafios para ‘pensar o alimento’, com envolvimento das diversas cadeias de produção”, frisa Ana. Dos mil pratos do chef Timóteo, a base de grande parte usa cactos, fruto do mandacaru, umbu, mororó, Ouricuri e outras plantas do Sertão. Alguns deles serão demonstrados no evento Comida no Prato é Panc.

“O evento, apoiado pelo IPA, Secult-PE e CNPq, objetiva ainda destacar a convivência harmoniosa entre o homem e a natureza através das potencialidades alimentares e nutricionais das plantas da Caatinga, atualmente subutilizadas, estimulando novos pratos e paladares”, realça Francis. A partir da promoção de uma cultura alimentar orgânica e com elevado valor nutricional, a intenção das entidades envolvidas é a de promover uma reflexão social sobre os benefícios da proteção ambiental do bioma nativo, reconhecendo as potencialidades da vegetação nativa.

O replantio dessa vegetação é um dos objetos dos trabalhos da Ecolume. A segurança alimentar, no semiárido do NE, dentro do contexto das mudanças do clima – onde a tendência é a elevação da temperatura e o aumento dos eventos de secas extremas – cujos efeitos sobre o cultivo de plantas convencionais são cada vez mais de alto risco. O projeto Ecolume está montando, inclusive, o primeiro sistema agrovoltaico da América do Sul, para produção de alimentos, no Sertão pernambucano, em parceria com a escola Serta de Agroecologia. Além da produção de vegetais tradicionais através deste sistema em implantação, a unidade também produzirá proteína animal (criação de peixe e galinha) e iniciará o plantio das Pancs.

“Em tempos de mudanças climáticas, o replantio da vegetação nativa para fins alimentar, já adaptada ao calor e à alta variabilidade da chuva, é vital para a sobrevivência da espécie humana. E, como a alimentação é imprescindível e faz parte do cotidiano das pessoas, da cultura, o cardápio de qualidade passa pela utilização das pancs. Assim sendo, é urgente cultiva-las e estimularmos o seu consumo”, diz Francis. Este é o objetivo central do evento gastronômico-pedagógico do IPA e Secult, que contará com palestras, oficinas e feira de comida com Pancs.

Assessoria de Imprensa Ecolume/IPA

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