Anuário da Segurança confirma alerta da Oposição sobre a violência, afirma Silvio
Os indicadores de homicídios, latrocínios (roubo seguido de morte) e crimes não letais contra o patrimônio subiram em Pernambuco entre 2015 e 2016. As informações são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2017, divulgado nesta segunda (30) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Segundo o estudo, Pernambuco subiu nove posições no ranking de latrocínio, ocupando agora a 8ª posição entre os Estados onde proporcionalmente mais se cometem este tipo de crime, com uma taxa de 1,8 ocorrências por grupo de 100 mil habitantes. Junto com a taxa de latrocínio, cresceu também os registros de crimes não letais contra o patrimônio, indicador no qual Pernambuco aparece como líder na região Nordeste, com um índice de 1.223,5 casos a cada 100 mil habitantes.
Em relação aos homicídios, Pernambuco passou de uma taxa de 41,6 por 100 mil, em 2015, para 47,6 no ano passado, enquanto o Ceará conseguiu reduzir seu índice, passando de 46,4 por 100 mil para 39,8. Para efeito de comparação, o Rio de Janeiro, ícone da violência no País, apresentou um índice de 37,6 assassinatos por 100 mil habitantes.
Segundo o deputado Silvio Costa Filho (PRB), líder da Bancada de Oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), os indicadores refletem a redução de investimentos na área de segurança pública. “Em 2015, o orçamento do Estado destinou R$ 3,3 bilhões para a segurança, valor que caiu para R$ 3 bilhões em 2016 e para R$ 2,6 bilhões este ano”, compara o parlamentar.
De acordo com os dados do anuário, a participação dos gastos com segurança nas despesas gerais de Pernambuco caiu de 9,2% para 8,6%, percentual inferior ao de estados vizinhos, como Alagoas (12,2%), Paraíba (11,8%), Bahia (10,5%) e Rio Grande do Norte (10,4%). “A redução de investimentos em segurança pode ser notada na queda de 80 milhões nas despesas com policiamento, que recuou de R$ 1,890 bilhão para R$ 1,810 bilhão, e da queda de quase 40% (39,78%) nos gastos com inteligência, que regrediu de R$ 1,07 milhão para R$ 649,17 mil)”, destacou.
Para Silvio, os dados do anuário confirmam o que a Oposição vem alertando desde 2015. “Infelizmente, a situação do estado é pior do que se imagina. Fazemos um apelo ao governador Paulo Câmara para que possa avaliar as sugestões apresentadas pela Oposição, OAB e setores da sociedade no sentido de ajudar a reduzir os índices de criminalidade no Estado”, ressaltou.
Despesas com segurança |
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Participação das despesas com segurança nas despesas gerais dos estados (em %) |
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Estados |
2015 |
2016 |
Acre |
9,5 |
8,7 |
Alagoas |
14,7 |
12,2 |
Amapá |
12,7 |
10,5 |
Amazonas |
10,6 |
9,7 |
Bahia |
11,1 |
10,5 |
Ceará |
9,6 |
8,6 |
Distrito Federal |
2,6 |
2,9 |
Espírito Santo |
11,1 |
11,1 |
Goiás |
14,9 |
13,8 |
Maranhão |
8,8 |
8,7 |
Mato Grosso |
12,2 |
13,3 |
Mato Grosso do Sul |
9,6 |
11,6 |
Minas Gerais |
12,9 |
11,9 |
Pará |
11,6 |
10,8 |
Paraíba |
10,9 |
11,8 |
Paraná |
9,8 |
7,4 |
Pernambuco |
9,2 |
8,8 |
Piauí |
3,4 |
8,2 |
Rio de Janeiro |
15,2 |
16,1 |
Rio Grande do Norte |
8,5 |
10,4 |
Rio Grande do Sul |
7,3 |
7,1 |
Rondônia |
17,5 |
12,2 |
Roraima |
12,1 |
10,5 |
Santa Catarina |
10,1 |
9,6 |
São Paulo |
6,3 |
5,7 |
Sergipe |
12,3 |
11,4 |
Tocantins |
9,9 |
9,1 |
Fontes: Sec. Tesouro Nacional; Fórum Brasileiro de Segurança Pública |