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Dia da Mulher Rural: agroindústria construída pelo ARISE transforma a vida de mulheres agricultoras

Por Evandro Lira

 

Elisabete da Cunha (destaque) e Leila Brum, Neusa H. de Castro e Beloni Scheider (da esquerda para a direita).
Cristiano Rosa


 

Fabricação de bolachas, cucas, pães e outros produtos melhora a autoestima e independência de 13 mulheres e contribui na prevenção ao trabalho infantil em Arroio do Tigre (RS)

“Um sonho que se transformou em realidade”, é assim que 13 mulheres do Distrito de Coloninha, Arroio do Tigre (RS), que integram a associação da Agroindústria Delícias da Colônia, descrevem a experiência de se transformarem em empreendedoras. É trabalhando com a fabricação de bolachas, cucas, pães e outros produtos que elas têm conseguido gerar mais renda para suas famílias, construir autonomia, fortalecer sua autoestima e desenvolver habilidades de venda, gestão, comunicação e marketing. A inciativa é fruto do programa Alcançando a Redução do Trabalho Infantil pelo Suporte à Educação (ARISE), da Japan Tobacco International (JTI) em parceria com a Winrock International e tem como objetivo reduzir a vulnerabilidade social e o trabalho infantil na comunidade.

O empreendimento, inaugurado no início de 2020, nasceu dos cursos de panificação oferecidos pelo ARISE às mães de alunos das escolas nas quais o programa oferece oficinas no contraturno das aulas regulares. Seu principal foco é promover a geração de renda às famílias, proporcionando melhores condições de vida e, dessa forma, evitar o trabalho infantil na comunidade. “Essa iniciativa faz parte do segundo pilar do programa que compreende que a pobreza é uma das causas principais do trabalho infantil e, por isso, elevar a renda das famílias é essencial para combatê-lo. Contudo, pelo relato das participantes, temos visto que os impactos são muito maiores. O trabalho na agroindústria tem possibilitado a essas mulheres uma nova compreensão sobre elas, suas capacidades e potenciais”, afirma a Supervisora de Projetos Sociais da JTI, Marinês Kittel.

Margarete dos Santos é uma das mulheres que integra a agroindústria. Para ela, essa oportunidade tem sido muito gratificante. “Eu fiquei muito feliz em trabalhar aqui, aprendi um monte de coisa que eu não sabia. É uma grande oportunidade, a gente prepara um monte de produtos, as pessoas vêm buscar, depois elogiam, é muito bom. Também é um crescimento pessoal sair de casa e da nossa rotina que é totalmente diferente”, relata. Já para Leila Brum, presidente da associação da agroindústria, a iniciativa tem conseguido melhorar sua habilidade de comunicação. “A agroindústria fez a gente aprender a dar entrevista, conversar melhor, a interagir mais com as pessoas. Isso foi ótimo, pois eu era mais fechada, mais quieta, tinha momentos de depressão e esse trabalho ajudou a tirar isso de mim”, conta.

Para Neusa Hubner de Castro, a agroindústria é a concretização de um projeto. “Sempre tive um sonho de ter uma cozinha na qual eu pudesse trabalhar e fazer meus doces e a agroindústria se transformou nele.  Eu chego aqui e sinto que ela é minha cozinha, começo a trabalhar de manhã e quando vejo já é noite, sinto vontade de vir aqui todo dia”, afirma. Aos poucos, cada uma dessas mulheres também tem se tornado empreendedoras e precisam se deparar com novos desafios. “Estamos mais independentes para decidir o que vamos fazer, o que vamos comprar, se precisamos viajar etc. Já estamos procurando e entendendo onde sai mais barato adquirir o que a gente precisa e queremos logo poder vender mais”, conta.

As atividades na agroindústria têm sido feitas de forma escalonada e revezada. A partir de uma decisão coletiva, as mulheres se dividiram em três grupos que trabalham as sextas-feiras produzindo as encomendas realizadas ao longo da semana. Essa foi a solução encontrada para que todas possam participar das atividades e consigam desenvolver suas outras tarefas ao longo da semana. “Nós estamos conciliando o serviço de casa, da lavoura, e da agroindústria”, afirma Leila. E ressalta que elas também têm seguido os protocolos de distanciamento e prevenção ao coronavírus durante a fabricação dos produtos.

A pandemia, inclusive, acabou frustrando um pouco os planos delas, pois pensavam em participar de feiras, festas comunitárias e até fornecer alimentos para a merenda escolar, atividades interrompidas pelo risco de transmissão do vírus. Porém, isso não as desanimou. “A gente tinha planos maiores para a agroindústria, de divulgar, alcançar mais pessoas, conseguir vender mais, porém, veio essa situação. As encomendas são menores do que esperávamos, mas a gente não parou, estamos trabalhando, a comunidade tem se envolvido e comprado nossa produção. São pequenos passos, mas estamos avançando sem parar”, afirma Leila, ressaltando que elas têm conseguido tirar uma renda mensal a partir das vendas. A expectativa delas é de que com a retomada gradual das atividades novas oportunidades de crescimento e vendas surjam e que elas possam levar seus produtos cada vez mais longe. “Meu desejo é que a gente prospere, tenha mais encomendas e  possa vir trabalhar aqui todo dia”, afirma Margarete.

Para elas, o suporte do ARISE tem sido fundamental ao desenvolvimento das atividades. “O programa abriu muitas oportunidades para nós, desde os cursos até a construção da agroindústria. Tenho muita gratidão”, ressalta Neusa. Outros atores e parceiros também têm contribuído para o trabalho do ARISE, como a Emater/RS, que presta assessoria relacionada ao fluxo de produção, documentação legal e normas que devem ser seguidas, e a Renove Jr., empresa júnior do curso de graduação de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Santa Maria, que tem auxiliado na gestão da agroindústria.

Para o diretor de Assuntos Corporativos e Comunicação da JTI, Flavio Goulart, o projeto demonstra o potencial das mulheres do campo e sua capacidade de liderança.  “Como dizia Dom Helder Câmara: ‘sonho que se sonha só é apenas um sonho. Sonho que se sonha junto é realidade’. E essa agroindústria foi um sonho que concretizamos juntos e seus impactos na vida dessas mulheres, na comunidade e na prevenção ao trabalho infantil têm demonstrado que foi a melhor decisão que poderíamos ter tomado. Tenho certeza de que elas irão cada vez mais longe”, afirma. Para ele, esse é um trabalho que, junto a outras iniciativas do ARISE e da JTI, melhora as condições de vida no campo e possibilita uma perspectiva de futuro mais próspero. “Fortalecer as mulheres agricultoras, suas famílias e comunidades por meio da diversificação das atividades, geração de renda e qualificação é essencial para a sustentabilidade do nosso negócio e, principalmente, da agricultura familiar. Pois só com esses fatores, aliados a um maior acesso à educação e a proteção da criança e do adolescente, vamos garantir uma próxima geração de trabalhadores rurais ainda mais qualificada, mais digna e mais próspera”, ressalta.

Série irá contar a história da agroindústria

A história da agroindústria Delícias da Colônia e das mulheres que integram o projeto será contada a partir do dia 15 de outubro, Dia da Mulher Rural, em uma série de vídeos divulgados na rede social do ARISE. O material busca resgatar o processo de constituição da associação e contar como o trabalho desenvolvido tem impactado na vida das sócias, da comunidade e na prevenção ao trabalho infantil na região. Para assistir, basta seguir o Facebook do programa.

Sobre a JTI

A Japan Tobacco International (JTI) é uma empresa internacional líder em tabaco e vaping, com operações em mais de 130 países. É proprietária global de Winston, segunda marca mais vendida do mundo, e de Camel fora dos EUA. Outras marcas globais incluem Mevius e LD. Também um dos principais players no mercado internacional de vaping e tabaco aquecido com as marcas Logic e Ploom. Com sede em Genebra, na Suíça, emprega mais de 45 mil pessoas e foi premiada com o Global Top Employer por cinco anos consecutivos. A JTI é membro do Japan Tobacco Group of Companies.

No Brasil, são mais de mil colaboradores em 11 Estados além do Distrito Federal. A operação contempla a produção de tabaco – por meio de 11 mil produtores integrados no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná – compra, processamento e exportação de tabaco, fabricação, venda e distribuição de cigarros em 16 Estados do Brasil. As marcas comercializadas são Winston e Camel, esta última também exportada para a Bolívia. Em 2018 e 2019, a JTI foi reconhecida como Top Employer Brasil.

Para mais informações, visite www.jti.com/brasil.

 
Colaboração de Matheus Pandolfo

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