O empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS e delator na Operação Lava-Jato, declarou, em entrevista à revista Época, que o presidente Michel Temer (PMDB) lidera “a maior e mais perigosa organização criminosa” do Brasil.
“O Temer é o chefe da Orcrim da Câmara. Temer, Eduardo, Geddel, Henrique, Padilha e Moreira. É o grupo deles. Quem não está preso está hoje no Planalto”, disse o milionário.
Joesley contou, ainda, que se aproximou do peemedebista “em 2009, 2010”, por meio do ex-ministro Wagner Rossi, e desde então manteve uma “relação institucional” com o presidente.
“Acho que ele me via como um empresário que poderia financiar as campanhas dele — e fazer esquemas que renderiam propina. Toda vida tive total acesso a ele. Ele por vezes me ligava para conversar, me chamava, eu ia lá”, contou o delator à publicação.
O primeiro pedido de dinheiro, segundo Joesley, foi feito em 2010, e dizia respeito ao pagamento de um aluguel de escritório na Praça Pan-Americana, em São Paulo e à campanha de Gabriel Chalita à prefeitura paulista em 2012.
O empresário relatou que, depois disso, o presidente pediu R$ 300 mil para fazer campanha na internet sobre sua imagem antes do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
“O Temer não tem muita cerimônia para tratar desse assunto. Não é um cara cerimonioso com dinheiro”, declarou.