Docente de Psicologia da Universidade Cruzeiro do Sul aponta que depressão é um problema de saúde pública, deve ser visto com atenção e lista os sintomas que indicam um quadro depressivo em um paciente
Os números alarmantes mostram que a depressão não se trata de um ‘capricho’ ou ‘frescura’ e que é sim uma questão de saúde bastante séria e preocupante. Dados da Organização Mundial da Saúde apontam elevação dos casos em todo mundo: 322 milhões de pessoas sofrem com o problema, registrando um percentual 18% acima daquele registrado há 10 anos. Entendendo o contexto, esse panorama representa 4,4% da população do planeta.
Mesmo com uma abertura para abordar o tema, ainda é necessária uma consciência mais ampla sobre o que é depressão. Psicólogo clínico e professor de Psicologia da Universidade Cruzeiro do Sul,Prof. Dr. Mário César Rezende Andrade, desenvolve profundo trabalho sobre o tema entre os alunos e nos atendimentos à população realizados nas clínicas de atendimento que integram o curso na Instituição.
Para o docente, nos dias atuais a depressão é confundida como apenas um estado de tristeza profunda e persistente, que muitas vezes é seguido por afirmações como ‘tudo ficará bem’ e ‘isso é uma frescura’. Segundo o professor do curso de Psicologia da Cruzeiro do Sul, atualmente há um consenso cada vez maior que a depressão é uma condição que afeta o paciente como um todo, não se condicionando apenas como uma ‘doença do cérebro’.
Entendendo que depressão não é uma condição passageira, a atitude mais indicada para ajudar alguém com sintomas depressivos é reconhecer o sofrimento dessa pessoa e auxiliá-la na busca por um tratamento psicológico e, se necessário, até mesmo psiquiátrico. “A depressão é um problema real e que não deve mais ser visto de forma distorcida. Trata-se de um problema de saúde pública e que não deve ser diminuído pelo fato de ser externado por meio de sensações e comportamentos negativos”, explica o docente.
O profissional da Cruzeiro do Sul salienta a importância da quebra dos tabus que envolvem a medicação controlada. Segundo Andrade, os medicamentos são realmente úteis em suas finalidades de tratamento, principalmente em casos mais graves e atrelados a psicoterapia, dentro de uma abordagem cognitiva. Entretanto, estudos clínicos vêm apontando que a terapia cognitiva, desenvolvida de forma adequada, tem se mostrado bastante eficaz no tratamento de casos mais leves e moderados. Ainda nesse contexto, a própria atividade física regulamentar é encarada como um bom complemento ao tratamento.
No processo de identificação da depressão, o Prof. Dr. Mário César Rezende Andrade lista os sintomas que devem ser observados para a identificação do estado depressivo:
- Estado de humor depressivo constituído por tristeza, desânimo e pensamentos negativos;
- Perda do interesse e prazer por coisas que antes atraiam a atenção da pessoa;
- Ganho de peso ou aumento de apetite;
- Aumento ou diminuição do sono;
- Falta de energia ou cansaço durante quase todos os dias;
- Dificuldade de concentração;
- Sentimentos de inutilidade e de culpa e, em casos mais graves, até mesmo pensamentos e ideações suicidas.
O docente destaca que, para caracterizar um quadro de depressão, essas condições se fazem presente no cotidiano do paciente na maior parte do dia, por no mínimo, duas semanas e que não necessariamente estão associados a algum acontecimento negativo. Por fim, ela pontua que o diagnóstico de depressão é determinado quando os sintomas acontecem em tal intensidade que afete o dia a dia do indivíduo, nas diversas áreas de sua vida.
* Para mais informações sobre a depressão, formas de tratamento e o trabalho desenvolvido nas clínicas da Universidade Cruzeiro do Sul, o Prof. Dr. Mário César Rezende Andrade segue à disposição para entrevistas e mais informações.
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