Home Sertão do Araripe Chegada do gás natural no Araripe é primeiro passo para recaatingamento da região

Chegada do gás natural no Araripe é primeiro passo para recaatingamento da região

Matriz energética menos poluente vai reduzir dependência da lenha, uma das principais matérias-primas para produção de energia no Polo Gesseiro, e diminuir desmatamento

Por Evandro Lira


A governadora Raquel Lyra anunciou, terça-feira (6), o início do fornecimento de gás natural com desoneração do ICMS para o Polo Gesseiro do Sertão do Araripe. A chegada do gás natural à região representa um impacto extremamente positivo para o meio ambiente e a sustentabilidade do estado. Além de ser uma mudança na matriz energética da indústria do gesso, a inserção desse combustível promete reduzir o desmatamento, aumentar a proteção à Caatinga, reduzir a disposição inadequada de resíduos sólidos provenientes da lenha, além de diminuir a poluição sonora e visual. Atualmente, cerca de 83% da matriz energética da indústria do gesso do Araripe vem da lenha.

A Companhia Pernambucana de Gás (Copergás) passará a abastecer o Polo Gesseiro do Araripe. A cerimônia para inaugurar o gás natural no Sertão do Araripe foi realizada no município de Araripina. O investimento inicial é na ordem de R$ 6 milhões e o projeto piloto será iniciado em abril. Para incentivar as empresas a adotarem a nova forma energética, o Governo do Estado zerou o ICMS do gás, que será vendido para as indústrias do gesso.

“Concretizar essa demanda histórica e mudar a matriz energética do Polo Gesseiro vai ajudar a preservar nossa Caatinga. As agendas de meio ambiente e desenvolvimento sustentável se uniram e estão alinhadas na nossa gestão”, destacou a governadora Raquel Lyra, em mais uma política pública afirmativa de seu governo, numa clara demonstração de que as agendas ambientais e econômicas podem caminhar juntas.

A região é responsável por 97% de todo o gesso produzido no Brasil e a gipsita (matéria-prima do gesso) encontrada nos municípios de Araripina, Bodocó, Exu, Ipubi, Santa Filomena e Trindade, é considerada de alta qualidade, com a pureza do minério variando entre 88% e 98%.

A vice-governadora Priscila Krause ressaltou que a chegada do gás natural ao Araripe representa uma verdadeira guinada para o Polo Gesseiro. “Primeiro, por garantir uma melhor competitividade às empresas da região no mercado de gesso, por ter acesso ao gás natural mais barato do Brasil. E, segundo, pela sustentabilidade e o diálogo com o nosso Plano Pernambucano de Mudança Econômico-Ecológica, o PerMeie, substituindo a lenha por uma matriz energética menos poluente e segura”, frisou Priscila.

A lenha, utilizada pelas empresas do Polo Gesseiro como combustível, é uma matriz energética escassa e que atualmente promove o desmatamento da Caatinga. A produção média das calcinadoras é em torno de 4 mil toneladas por mês de gesso. Essas indústrias consomem, em média, 653 mil m³ por ano de lenha. Esse número representa, aproximadamente, um desmatamento de seis milhões de árvores por ano (o equivalente a nove mil estádios de futebol).

O Polo Gesseiro do Araripe tem potencial estimado de consumo de gás natural em 320 mil m³ por dia, 20% do volume comercializado hoje pela Copergás e superior a outras distribuidoras de gás natural. As obras vão começar até o fim deste ano e, a partir do primeiro semestre de 2025, estima-se que ao menos 30 empresas adaptem sua queima energética para o gás natural.

Os produtores não terão limites para produção e poderão trazer outras empresas para fabricar no Sertão do Araripe. “A chegada do gás natural no Sertão do Araripe é uma mudança de paradigma. Com a redução do desmatamento, vamos promover o recaatingamento, na tentativa de reverter os impactos do desmatamento nesta região. Ou seja, vamos incluir o Araripe como região prioritária de nossas ações do Plantar Juntos, nossa política pública para o replantio de espécies nativas no território pernambucano e uso sustentável dos recursos naturais da Caatinga”, adiantou a secretária de Meio Ambiente, Sustentabilidade e de Fernando de Noronha de Pernambuco, Ana Luiza Ferreira.

 

Foto: Divulgação

Ascom Semas PE

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